domingo, abril 20

Leixões-E. Amadora, P. Fereira-Naval, Boavista-Nacional, CRONICAS

Leixões - Estrela Amadora (0-0)


Tarde de futebol à antiga no Estádio do Mar. Sem transmissão televisiva, os adeptos quase encheram as bancadas. Muitos estavam com os ouvidos colados nos rádios, porque o Leixões também jogava em Paços de Ferreira. É assim, com esta emoção, que se quer esta Bwin Liga, agora que está tão perto do fim.

Fim que pode ser infeliz para qualquer uma destas equipas. O Leixões continua numa posição mais desfavorável: é penúltimo com 23 pontos e ganha mais vantagem como «rei dos empatas». O E. Amadora perdeu a oportunidade de respirar fundo nesta luta afogueada pela manutenção e tem agora 29 pontos. Daí que decisivo tenha sido uma das palavras mais ditas no Estádio do Mar esta tarde. Afinal de contas, era mesmo disso que se tratava.

António Pinto e Daúto Faquirá encararam sem medo esta verdadeira «final». O treinador do Leixões não tinha o capitão Bruno China e lançou Diogo Valente no ataque, apoiado por um meio-campo com olhos na grande área contrária. Paulo Machado pegou na batuta e conduziu a equipa com a ajuda de Hugo Morais. O risco era tanto que Nuno Diogo chegou a ver-se sozinho com dois ou três homens pela frente. Já o técnico do E. Amadora não se fez de rogado ao regresso de Ndiaye e baralhou as contas da defesa leixonense colocando o avançado senegalês ao lado de Anselmo. Os dois, irrequietos, trocaram as voltas aos seus marcadores por diversas vezes.


P. Fereira-Naval (2-2)


Golpe de teatro na Mata Real. O P. Ferreira esteve por duas vezes em vantagem mas morreu na praia, consentindo o golo de empate (2-2) já para lá do minuto 90. A Naval sofreu, denotou frieza e disfarçou a inferioridade numérica na recta final. Como tal, mantém os «castores» a três pontos de distância e garante vantagem no confronto directo, face ao triunfo na Figueira da Foz, na primeira volta.

Mais que um duelo de aflitos, este começou por ser um combate de bombos. As gentes de Paços de Ferreira estavam preparadas para a recepção à ruidosa claque da Naval 1º de Maio e também recorreram à percussão. Para quatro bombos provenientes da Figueira da Foz, chegaram duas dezenas de instrumentos locais, ensurdecendo quem arriscou desafiar o mau tempo e rumar à Mata Real.

Foi assim, entre uma muralha ruidosa, quente mas nem sempre agradável para os tímpanos, que os jogadores entraram em campo. Em três tempos, leia-se minutos, a história começou a escrever-se com um cabeceamento certeiro de William. O avançado brasileiro vai conquistado o seu espaço no onze de José Mota e correspondeu da melhor forma ao cruzamento de Edson.

Boavista-Nacional (1-0)



O Boavista, que tanto tem dado que falar nos últimos dias, por causa dessa possibilidade de faltar ao jogo deste domingo, com o Nacional, em protesto contra dois meses e meio de salários em atraso, mostrou que a crise não entrou em campo e venceu o Nacional por 1-0, dando um passo em frente na luta por um lugar na Taça UEFA.

Os insulares, que partiam para este jogo com os mesmos pontos (32) e idênticas pretensões, não conseguiram aproveitar o deslize do Sp. Braga, proporcionado ironicamente pelos seus arquirivais do Funchal e estão, literalmente, em queda: nos últimos seis encontros, perderam cinco.

Colocando para trás todos os problemas, os jogadores do Boavista não conseguiram evitar uma entrada receosa, deixando espaço para o contra-ataque nacionalista. Os insulares perceberam a fraqueza adversária e não se fizeram rogados. Superiores no meio-campo, onde Juliano e Edson canalizavam rapidamente o jogo pelos flancos, colocando a jeito sobretudo de Fábio Coentrão, foram deixando vários avisos até que os donos da casa decidiram, finalmente, acordar.