Desta vez o Sporting não desperdiçou a oportunidade e, confirmada a goleada do campeão em Guimarães, reuniu todas as suas forças para subir o difícil degrau que dá acesso directo à Liga dos Campeões batendo o Marítimo pela terceira vez esta temporada pelo mesmo resultado (2-1). O fantasma de Leiria pairou, no entanto, sobre Alvalade, quando na sequência de uma enorme fífia os madeirenses ganharam vantagem aos dois minutos.
Os leões entraram, assim, no jogo praticamente a perder com um golo que classificamos, desde já, como o mais ridículo do ano. Num lance aparentemente inofensivo, Patrício hesitou em afastar uma bola que não podia agarrar. Com Bruno Fogaça por perto, Polga tentou simplificar o lance tocando de cabeça para o guarda-redes que recuava para a sua baliza e, em desequilíbrio, não conseguiu melhor do que afastar, com a ponta dos dedos, para os pés do avançado que, com um pontapé acrobático, atirou de pronto para a baliza. Tonel, em desespero, ainda tentou chegar à bola, mas acabou apenas por confirmar o golo que colocava os leões mais longe do segundo lugar.
Um golo que obrigou o leão a elevar os níveis de concentração e a imprimir maior velocidade ao jogo. O Marítimo, por seu lado, tentou defender desde logo o inesperado brinde recuando para o último terço e submetendo-se à pressão leonina que se foi intensificando. Os leões progrediam no terreno com boas mudanças de flanco que abriam brechas na defesa madeirense, com destaque para o espaço que Evaldo proporcionava a Abel para subir pela direita. Grimi e Izmailov também combinavam bem sobre a esquerda e as oportunidades sucederam-se na baliza madeirense até que, aos 17 minutos, Romagnoli entrou na área e caiu sob a pressão do braço de Gregory. O próprio argentino, de regresso à equipa em detrimento de Vukcevic, converteu em golo o castigo que já provocou muitos traumas à equipa de Alvalade.
Com o empate a equipa serenou, mas perdeu dinâmica e espaço. O Marítimo também reagiu e saiu das covas, estendendo melhor a equipa no relvado e conseguindo pressionar o adversário mais longe da área de Marcos. Os leões só voltaram a conseguir pressionar nos últimos instantes do primeiro tempo, com Liedson em plano de destaque, quer na recuperação de bolas, quer a lançar a equipa para o ataque, com destaque para uma excelente abertura para Abel que quase proporcionou o golo ao lateral. Chegava o intervalo e Paulo Bento não perdia tempo, procurando oferecer maior acutilância, abdicando do perdulário Yannick (raramente conseguiu controlar uma bola) para fazer entrar Tiuí.
Um cruzamento de Liedson da direita para um remate de primeira de Izmailov no lado contrário a abrir a segunda parte mostrava de novo um leão agressivo e determinado. O Marítimo voltava a encolher-se e acabou por pagar caro por isso, sofrendo também um golo fora do vulgar. Ricardo Esteves tentava afastar o sufoco da sua área e chutou contra Romagoli. A bola subiu em balão na direcção da baliza e obrigou Marcos a olhar para as alturas e, consequentemente, a perder a noção do espaço junto ao solo. Quando tentou chegar à bola, o guarda-redes brasileiro já estava no interior da baliza com a bola. Depois do lance infeliz a abrir o jogo, o Sporting tinha agora a sorte do seu lado.
Liedson podia ter acabado com o jogo na sequência de um canto de Miguel Veloso, mas falhou à boca da baliza. Paulo Bento não esperou mais e procurou devolver maior consistência ao meio-campo, fazendo entrar Vukcevic para o lugar de Tiuí que, em vantagem, já não era tão necessário na área de Marcos. Os leões voltaram a crescer e, por momentos, ameaçaram com uma nova goleada, tal o número de oportunidades que criaram junto à baliza de Marcos. O Marítimo respondia a espaços e Bruno quase gelou Alvalade com um livre que bateu na barreira e quase traiu Patrício.
O resultado manteve-se em 2-1, tal como nos Barreiros e no jogo da Taça, e os leões chegam, finalmente, ao segundo lugar quando faltam apenas duas jornadas para o final.
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